Resenha do Livro A sereia


 Antes de mais nada, esqueça alguns estereótipos acerca de sereias. Que elas tem calda e que tem peixes como amigos, por exemplo. Nesse livro da Kiera Cass, mesma autora da série A Seleção (ou devia dizer: a maravilhosa autora da trilogia mais perfeita que existe?), traz uma outra versão acerca do mito das sereia e claro uma das estórias de romance mais lindas que já li, ganhando até da América e do Maxon. Pasmem.
 O primeiro livro que a autora escreveu, narra a estória de Kahlen, uma jovem que morreu em naufrágio e que foi salva pela Água.
  A Água é retratada como uma divindade, e como toda divindade ela exige aqueles famosos sacrifícios. No caso naufrágios, então ela recruta garotas que morrem neles e que ainda desejam viver. Desse modo essas tais garotas viram sereias, cuja função é cantar para que ocorram os naufrágios. Visto que suas vozes atraem as pessoas para a Água, fazendo com que elas sintam uma sede que não pode ser saciada.
 As meninas tem que cantar durante 100 anos, ou ser sereia durante 100 anos, para que então fiquem livres e possam ter uma vida normal e esquecer de todo esse passado com a alma.
Kahlen está com 80 anos e é uma das sereias mais dedicadas em sua função, e considerada líder entre suas duas irmãs.
 Até aí tudo bem, tirando o fato de Kahlen sentir uma culpa enorme pelos naufrágios causados e que ela sempre estar a pesquisar sobre suas vítimas. Transformando sua vida numa pequena tortura, como se isso compensasse as tragédias que causou.
A vida dela dá uma pequena balançada (lê-se um grande maremoto), quando ela e suas irmãs mudam-se pra perto de uma universidade. Permitindo assim que Kahlen tenha uma vida um tanto "normal", solitária, mas comum.
 É nessa pseudo-vida humana que ela vive enquanto torce pros 20 anos que restam passarem, embora não saiba o que vai fazer depois, é onde ela conhece Akinli. Um jovem estudante da universidade que se encanta com sua beleza - vantagem ou desvantagem de ser sereia: você é crush de todo mundo - e logo Kahlen se encanta com o jeito do rapaz que a faz sair de fato da zona de conforto.
 Então naufrágios já não parecem ser tão ruins quando se tem uma paixão humana, e se sofre com o ciúme da Água. O que torna sua função mais difícil, e mais torturante para ela. E ainda nesse meio tempo esconder isso de suas irmãs.
 O romance de Kiera é mesmo envolvente, me fez quase chorar diversas vezes. Não é nada A Pequena Sereia, talvez uma versão mais madura eu diria. E sem a Úrsula também.
 É interessante o modo como a Água trata a Kahlen como se fosse sua filha, e de fato ela se sente assim. Tanto que antes de encontrar o Akinli, ela não se animava muito com o fato de virar uma humana. A não ser por ser tirado o fardo dos naufrágios de suas costas.
 O mais irritante é porque ela faz questão de ser solitária, não é por falta de tentativa das irmãs dela. Ela faz questão de se fechar em seu mundinho e ficar se torturando.
 O romance em nada parece com A Seleção, o estilo de escrita envolvente é o mesmo. Mas difere em muitas coisas, claro que a estória é diferente. Contudo a relação de Kahlen e Akinli não lembra nada de America e Maxon.
 E pra um primeiro livro publicado, meu amor a Kiera tá mais é de parabéns. Sério, quero ser assim quando crescer.
 Espero que tenham gostado da resenha e sintam-se à vontade pra pedir algum outro livro. Beijos.

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