Considerações de um anjo caído.
A dor que ele sentiu não foi da queda. Essa, havia sido até libertadora para ele, uma liberdade diferente. Que não podia ser explicada... apenas sentida. Algo que nunca havia sentido antes. O que doía eram as costas, no exato local onde suas asas ficavam. Brancas, macias e grandes, agora davam lugar a um ferimento preto, como se tivesse sido queimado. Putrefato...feio. Era de fato um caído, antes ele que tinha a exímia função de guerreiro dos céus. Agora um caído, sujo, marginalizado que não servia para nada além de praticar o mal. Porque era aquilo que os satisfaziam. Contudo, ele que sempre olhara para humanidade com olhar de inveja. Homens que podiam sentir coisas que nem o mais sábio dos anjos sabia explicar. Não queria o mal de nenhum deles, queria ser um deles... Não sabia que direção seguir, andou perdido sem rumo. Ficando ao relento, fome, frio, rejeição...não entendia como os humanos, que tanto admirava, podiam ser tão cruéis. Já o haviam advertido quanto a isso, ma